sábado, 25 de novembro de 2023

PAPADO: O reinado do anticristo - Sola Scriptura 4

PAPADO: O reinado do anticristo - Qual é a história dos papas da igreja católica? O termo “papa” é de criação humana e não divina, pois a Bíblia claramente estabelece na igreja apóstolos, pastores, bispos, diáconos, evangelistas, professores e presbíteros (anciãos), não “padres” ou “papas”. Alguns bispos, no entanto, começaram a ser chamados honorificamente de papas. Não era um termo utilizado apenas para o bispo de Roma, e não havia apenas um papa. Se alguém era papa, não era considerado como o chefe de toda a igreja, pois obviamente Jesus é o chefe, o cabeça da igreja. No entanto, com a proeminência política de Roma sobre as demais cidades no império romano, o bispo de Roma começou a ser considerado como o líder principal do cristianismo ocidental, enquanto o bispo de Constantinopla, por seu turno, passou a ser o líder proeminente do cristianismo oriental, embora nunca tenha pretendido ser o "substituto de Cristo", como hereticamente faz o papa a partir do papado medieval, o que fomentou a idolatria católica. As igrejas oriental e ocidental, no entanto, foram se afastando uma da outra, até que houve o rompimento com o cisma do oriente. O bispo de Roma foi ganhando com o passar do tempo cada vez mais poderes, seja pelas circunstâncias históricas, seja por auto atribuição, seja por invenções de concílios que buscavam magnificar a criatura ao invés do criador. O status religioso do papa também foi aumentando, começou a ser chamado de “substituto de Pedro”, até que o Papa Inocêncio III começou a se autoproclamar como o “substituto de Cristo”. A figura do papa foi tão exaltada a ponto de este se declarar abertamente como alguém que ocupa na terra o lugar do Deus Todo Poderoso! Tornou-se forte tradição humana pessoas se ajoelharem para aquele que chamam de “santo pai”, o papa, para beijarem sua mão, dispensando ao simples mortal a honra que é devida apenas Deus. Por outro lado, vemos declarações como a de Catarina de Siena, segundo a qual, “mesmo que papa fosse satanás encarnado, não deveríamos levantar nossa cabeça contra ele, mas calmamente nos deitar para descansar no seu peito. Aquele que se rebela contra o nosso pai está condenado à morte, pois aquilo que fazemos a ele, fazemos a Cristo. Nós honramos Cristo se nós honramos o papa”. Ou seja, o papa passou a ser pura e simplesmente idolatrado. Recebeu glória devida somente a Deus. Contra esse sistema papista, se levantaram de dentro da igreja romana os reformadores do santo movimento de avivamento da Reforma Protestante, que reconheceram na figura do papado a clara manifestação do anticristo, lembrando que “anti” quer dizer “contra”, mas também “no lugar de ”. Ou seja, o papado, que coloca um simples mortal no lugar de Deus, é um sistema infernal e idólatra do anticristo. Vale lembrar que o anticristo é aquele que iria modificar os mandamentos de Deus, segundo a profecia do livro de Daniel: "E ele falará grandes palavras contra o Altíssimo, e irá consumir os santos do Altíssimo, e intentará mudar tempos e leis;" (Daniel 7.25 - BKJ). Da mesma forma, este sistema do papado substitui os mandamento bíblicos pelos mandamentos da tradição religiosa, mandamentos humanos criados pelos próprios papas, e mandamentos humanos que são endossados pelos papas.

 

A palavra de Deus ensina que apenas Deus é o Santo Pai. Jesus é o cabeça da igreja. Jesus é o legislador da fé. Jesus é o nosso sumo sacerdote. O Senhor é a nossa rocha e não há outra além dele. Apenas Jesus é o Salvador. Apenas Jesus é o intermediário entre nós e o Pai. Apenas a Deus e a sua Palavra são infalíveis. Não se pode falar em substituto de Cristo, senão para o Espírito Santo de Deus. Ao papado, no entanto, é atribuída toda essa glória que é exclusiva de Deus. Por isso, embora não se possa dizer que o anticristo se resume ao papado, está claro que o papado é o reinado do anticristo: "Ninguém vos engane de maneira alguma, pois aquele dia não virá sem que primeiro venha a apostasia e que o homem do pecado seja revelado, o filho da perdição. O qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de modo que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus." (2 Tessalonicenses 2.3,4 - BKJ).

 

(capítulos anteriores):

 

SOLA SCRIPTURA 1 - O Eclipse das Escrituras Sagradas: https://www.youtube.com/watch?v=PCcQU2GrFqM&list=PLz4ntYxiakjlF3XlTxBEYukXEF8II8yUj&index=1

 

SOLA SCRIPTURA 2 - Tradição Religiosa versus Sola Scriptura:

https://www.youtube.com/watch?v=bSgD2kI65VE&list=PLz4ntYxiakjlF3XlTxBEYukXEF8II8yUj&index=2

 

A AURORA DA REFORMA PROTESTANTE - Sola Scriptura 3: https://www.youtube.com/watch?v=HW0vT9HZ5RQ

 

(próximo capítulo):

SOLA SCRIPTURA 5 - As 95 teses de Lutero contra a venda de indulgências

 

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sexta-feira, 10 de novembro de 2023

A AURORA DA REFORMA PROTESTANTE - Sola Scriptura 3

A Aurora da Reforma Protestante - O papa Inocêncio III, o papa mais poderoso da história da igreja católica, em 1199 escreveu uma carta para a diocese de Metz declarando o seguinte "como, pela antiga lei, as bestas que tocassem o monte santo deveriam ser apedrejadas até a morte, homens simples e sem educação não deveriam tocar a Bíblia, ou se aventurar a pregar as suas doutrinas". Esse escrito estava de acordo com a doutrina católica da época, que proibia a tradução do latim, uma língua morta conhecida e usada por poucos, para o vernáculo, a língua do povo. Também se proibia que os leigos tivessem acesso à Bíblia, ainda que houvesse alguém que soubesse ler o latim. Ao se prender a palavra de Deus sob o monopólio eclesiástico, dava-se à igreja um poder exacerbado. Como resistência contra o monopólio da Bíblia pela igreja, começaram a se levantar os reformadores, precursores da reforma protestante do século XVI. Na Inglaterra, no século XIV, desponta como grande reformador John Wycliffe (1320 - 1384), expoente do movimento dos lollardos, traduzindo a Bíblia para o inglês. Esse evento ficou conhecido como a "Aurora da Reforma Protestante", que eclodiria dois séculos depois a partir de Martin Luther (ou Martinho Lutero) na Alemanha. "Com o passar dos anos, Wycliffe enfatizou cada vez mais a autoridade das Escrituras em detrimento da do papa e da tradição eclesiástica. Ele concordava com o que Tertuliano escrevera, de que as Escrituras pertencem à igreja, e por isso devem ser interpretadas dentro dela e por ela, mas não concordava que a igreja era a hierarquia eclesiástica. Acompanhando Agostinho, e baseando-se em textos do apóstolo Paulo, ele chegou à conclusão de que a igreja era o conjunto de predestinados. A verdadeira igreja é invisível, pois na visível e institucional há perdidos ao lado dos que foram predestinados para a salvação. Isso está claro, porque, apesar de ser impossível saber com exatidão quem pertence a cada grupo, há indícios que podemos seguir, como a obediência à vontade de Deus. Com base nesses indícios, podemos dizer com certeza que há muitos perdidos da hierarquia da igreja, que não fazem parte da verdadeira igreja, e aos quais, portanto, as Escrituras não pertencem. Até o fim de seus dias, Wycliffe afirmou que o papa era um desses perdidos, e chegou a chamá-lo de anticristo. Se a verdadeira igreja é composta de predestinados, e não de poderosos eclesiásticos, e se as Escrituras pertencem a essa igreja, conclui-se que é necessário traduzir a Bíblia ao vernáculo, à língua comum do povo, devolvendo-a assim a este. As doutrinas de Wycliffe tiveram sua expressão no movimento dos “lollardos” – termo pejorativo que seus inimigos lhes aplicavam e que deriva de uma palavra holandesa que quer dizer “murmuradores”." (GONZÁLEZ, Justo G. História Ilustrada do Cristianismo, volume 1).

 

00:13 - A proibição de leitura da Bíblia pela igreja

01:26 - A tradução da Bíblia realizada por John Wycliffe e os Lollardos

02:03 - A aplicação personalizada da Bíblia (Luciano Subirá)

05:39 - A necessidade da ação do Espírito Santo na leitura da Bíblia (Paulo Junior)

12:18 - John Wycliffe comissiona os lollardos

19:29 - O índex dos livros proibidos (index librorum prohibitorum) da igreja católica romana

19:49 - Como entender a mensagem bíblica e receber direcionamento vivo através das Escrituras Sagradas (Paschoal Piragine)

 

Havia um pretexto usado para que os líderes da igreja proibissem o povo de ler a Bíblia: dizia-se que as pessoas não tinham capacidade de entender as Escrituras Sagradas:

 

"A experiência tem mostrado que, se for permitida a leitura da Bíblia na língua comum indiscriminadamente, mais dano será causado com isto do que bem, devido à imprudência dos homens". (Índex dos Livros Proibidos publicado pelo papa Pio IV - 1564)

 

Esse foi um ato da contrareforma, ou seja, uma reação da igreja católica contra a Reforma Protestante.

 

No entanto, embora seja verdade que muitos distorcem a verdade do texto sagrado, os maiores abusos e distorções ocorreram justamente pela retirada da Bíblia das mãos do povo. E esses abusos ocorreram justamente por parte dos líderes eclesiásticos. Podemos ler, entender, e aplicar os princípios das Escrituras Sagradas em nossas vidas porque o mesmo Espírito Santo que escreveu a Bíblia habita nos crentes e lhes ensina as verdades da Palavra de Deus.

 

Assista também:

 

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SOLA SCRIPTURA 1 - O Eclipse das Escrituras Sagradas: https://www.youtube.com/watch?v=PCcQU2GrFqM&list=PLz4ntYxiakjlF3XlTxBEYukXEF8II8yUj&index=1

 

SOLA SCRIPTURA 2 - Tradição Religiosa versus Sola Scriptura:

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(próximo capítulo):

SOLA SCRIPTURA 4

 

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sábado, 4 de novembro de 2023

SOLA SCRIPTURA 2 - Tradição Religiosa versus Sola Scriptura

SOLA SCRIPTURA 2 - Tradição Religiosa versus Sola Scriptura. Qual a base bíblica do princípio Sola Scriptura? Várias passagens bíblicas o demonstram: * Isaías 8.20 - ACF: "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles." Ainda é o caso dos bereanos, cuja ação de filtrar todo ensino religioso pela doutrina bíblica é descrita como um ato nobre: * Atos 17.10-11 - ARA: "E logo, durante a noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Bereia; ali, chegados, dirigiram-se à sinagoga dos judeus. Ora, estes de Bereia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim." 1 Coríntios nos ensina, ainda, a necessidade de a prática de fé não ultrapassar a Escritura, inventando-se doutrinas humanas: * 1 Coríntios 4.5 - NAA: "Meus irmãos, apliquei estas coisas figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por causa de vocês, para que por nosso exemplo vocês aprendam isto: “Não ultrapassem o que está escrito”,". * 2 Timóteo 3.16 - NAA nos ensina que: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra." Nessa passagem, está claro que "toda Escritura" faz com que o servo de Deus seja PERFEITO. Logo, se a admitíssemos doutrina adicional à doutrina bíblica, cometeríamos o erro de admitir uma doutrina a fazer o servo de Deus cresse além da perfeição. Pelo contrário, não havendo espaço para crescimento espiritual além da perfeição, não há espaço para doutrinas de fé além das doutrinas bíblicas. * Apocalipse 22.18 (ACF): "Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro;" Note que nesta passagem está não apenas uma advertência de que não devemos alterar o texto bíblico. A Palavra diz claramente que não se deve adicionar nada às Palavras da Bíblia, ou seja, nenhuma tradição humana deve ser acrescentada à Escritura. Sabemos que "Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, penso que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos." (João 21.25 - NAA). Logo, é claro que Deus não fala apenas através da Bíblia. No entanto, a mesma Bíblia que ensina isso, claramente ensina que APENAS NA BÍBLIA está a DOUTRINA cristã, a regra de fé e prática cristã (Sola Scriptura), conforme versículos acima. Por outro lado, vemos claramente que Jesus firmemente rejeitou a tradição religiosa como fonte de doutrina: * Mateus 15.1-9 (NAA): "Então alguns fariseus e escribas vieram de Jerusalém até Jesus e perguntaram: — Por que os seus discípulos transgridem a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos, quando comem. Jesus, porém, lhes respondeu: — Por que também vocês transgridem o mandamento de Deus, por causa da tradição de vocês? Porque Deus disse: “Honre o seu pai e a sua mãe.” E: “Quem maldisser o seu pai ou a sua mãe seja punido de morte.” Vocês, porém, dizem que, se alguém disser ao seu pai ou à sua mãe: “A ajuda que você poderia receber de mim é oferta ao Senhor”, esse não precisará mais honrar os seus pais. E, assim, vocês invalidam a palavra de Deus, por causa da tradição de vocês. Hipócritas! Bem profetizou Isaías a respeito de vocês, dizendo: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos humanos.” Várias tradições foram sendo criadas ao longo dos séculos, contrariando claramente os ensinos bíblicos. Acompanhe nesse vídeo a fase inicial da Reforma religiosa dos lollardos liderada por John Wycliffe, precursor da Reforma Protestante. 00:15 Martin Lutero chega a Wittenberg 04:15 O reformador John Wycliffe da Inglaterra 18:18 As origens das tradições católicas 22:54 A doutrina da veneração de santos e de imagens 55:52 A doutrina das penitências 56:11 A doutrina das rezas e do terço 01:14:16 A doutrina do purgatório 01:26:22 A doutrina da transubstanciação 01:36:38 A base bíblica para o princípio Sola Scriptura Assista também: (capítulo anterior): SOLA SCRIPTURA 1 - O Eclipse das Escrituras Sagradas: https://www.youtube.com/watch?v=PCcQU... (próximo capítulo): SOLA SCRIPTURA 3 - A Aurora da Reforma Protestante Assista a série completa #solascriptura no canal #aguasmaisprofundas




terça-feira, 31 de outubro de 2023

SOLA SCRIPTURA 1 - O Eclipse das Escrituras Sagradas

 SOLA SCRIPTURA 1 - O Eclipse das Escrituras Sagradas (a era das trevas) - Em 31 de outubro de 1517, o monge agostiniano Martin Luther (conhecido em português como Martinho Lutero), prega suas 95 teses contra a venda das indulgências na porta da catedral de Wittenberg. Trata-se de dia histórico para a reforma da igreja, que pode ser sintetizada nas fórmulas das 5 solas: Sola Scriptura, Sola Fide, Sola Gratia, Solus Christus e Soli Deo Gloria. Naquela época, o cenário social europeu que precedeu a Reforma Protestante era caótico: "Em meados do século XIV, houve um crescimento extraordinário na urbanização, atraindo desesperados às cidades. Por volta do ano de 1320, quase todo o norte da Europa estava sofrendo de fome, precipitada e disseminada por uma série de safras perdidas em decorrência de um clima excepcionalmente ruim." Havia "sucessivas enchentes, invernos rigorosos e secas severas. Rios pareciam transbordar com terrível regularidade, varrendo pontes, colheitas e pessoas; invernos severos congelavam rios, vinhas e animais. No verão, o calor queimava grãos de cereal e secava poços. Fraca e malnutrida, a população foi atingida por surtos de febre tifoide e, em seguida, pela terrível Peste negra em suas manifestações de peste bubônica, pneumônica e septicêmica. A propagação da peste pela Europa foi facilitada pelas melhorias nas frotas mercantes italianas, que permitiram aos navios transportar, com rapidez, uma carga mortal e clandestina de ratos, portadores de pulgas transmissoras da peste. Originada no Leste da Ásia, a peste chegou à Sicília em outubro de 1347 pelos navios de Gênova, viajou rapidamente pela Itália, infestou o sul da Alemanha na primavera de 1348 e, por volta de junho do mesmo ano, a Inglaterra. Uma vez infectados, indivíduos transmitiam a forma pneumônica da doença por intermédio de tosses e espirros, inalados por outros. Furúnculos grandes e extremamente dolorosos, acompanhados por manchas negras por causa do sangramento embaixo da pele, anunciando o prelúdio para o estágio final de tosses violentas de sangue. "Toda substância que transpirasse do corpo de pessoas contagiadas pela peste deixava um odor insuportável: suor, excremento, saliva e respiração tão fétidos que chegavam a ser insuportáveis; a urina era túrbida e espessa, escura ou vermelha". Familiares e amigos abandonavam o adoentado, deixando-o morrer sozinho e em agonia. No fim do século XV, apareceu a sífilis no continente como outra grande doença epidêmica. A morte, nunca distante da mente das pessoas, era aguçada existencialmente pela convicção de que tais doenças sinalizavam o julgamento de Deus sobre uma humanidade pecadora. Diversas vezes houve pânico, comportamento bizarro e projeção de culpa e medo em outros. Movimentos de flagelação se engajavam em penitências sangrentas em prol de pecados pessoais e coletivos, tidos como causadores da peste. Membros do movimento se flagelavam três vezes ao dia. Ironicamente, hordas de seguidores atraídos pela procissão ajudavam a espalhar a peste. O povo também intercedia ao santos, principalmente Roque e Sebastião, em busca de proteção contra a peste. A peste era vista por alguns como um complô judaico. O medo estimulou o preconceito; como consequência, milhares de judeus foram assassinados na Europa. Como se desastres naturais não fossem o suficiente, a comunidade humana conseguiu criar sua própria peste de guerras; uma expressão prolongada dessa criação é a Guerra dos Cem Anos (1337 - 1453). Revoltas camponesas também eram motivo de destruição e obstrução da vida econômica e social" (LINDBERG, Carter. História da Reforma. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2017). Em meio a este cenário, vemos que a religião cristã foi sendo transformada gradualmente pela criação de doutrinas humanas, que passaram a substituir a Palavra bíblica. A Bíblia estava presa no latim, que havia se tornado uma língua morta acessível a uma mínima parte da população. Por outro lado, mesmo aqueles que conhecessem o latim não tinham acesso à Bíblia, a não ser que fossem clérigos, o que pode ser visto, por exemplo, nos seguintes concílios da igreja católica:

CONCÍLIO DE TOULOUSE, 1229: "Cânone 14. Nós proibimos também que aos leigos seja permitido ter os livros do Velho e do Novo Testamento".

CONCÍLIO DE TARRAGONA, 1233: "Ninguém deve ter os livros do Antigo ou Novo Testamento no idioma nacional. Se tiverem (...), eles devem entregar os livros para seu bispo para serem queimados".

CONCÍLIO DE BÉZIERS, 1246: "Leigos não deverão ter livros teológicos nem mesmo em latim, clérigos não deverão ter livros teológicos na linguagem vulgar".

Esse cenário marca a "Era das Trevas", um grande período histórico de grande obscurantismo pela falta de acesso à Palavra de Deus: "O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento;" (Oséias 4.6 - ACF) Na sequência, assista SOLA SCRIPTURA 2 - Tradição religiosa versus Sola Scriptura Assista a série completa #solascriptura no canal #aguasmaisprofundas

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